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Inteligência Artificial e LGPD: Uso consciente

5 de agosto de 2025

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Você já usou IA Generativa que eu sei!

E isso não é um problema, pois o mundo evolui e nós também precisamos evoluir.

Agora você tem consciência do porquê está usando isso?

Vamos lá, a I.A está no mundo há pelo menos 80 anos. Alan Turing conhecido pela máquina de Turing criou um sistema computacional que era capaz de imitar e encontrar padrões, com isso os aliados foram capazes decriptar mensagens dos nazistas e antecipar algumas ações de guerra, e isso fez toda a diferença na segunda guerra mundial que o desfecho é conhecido.

Agora o que tem a ver a máquina de Turing com o ChatGPT, Gemini, Copilot, Manus, Leonardo, Sonoma, e a infinidade de nomes de I.A que temos hoje?

Eu diria que a evolução, pois nada começa grandioso e acabado como nós usamos hoje.

Agora por que usar inteligência artificial é bom ou ruim?

Bom por que acelera em pelo menos 80% a entrega de operações repetitivas, como fazer um contrato padrão, enviar um email, responder uma mensagem ou fazer uma pesquisa.

Mas então qual é o risco que corremos ao usar isso?

Os riscos são inúmeros e talvez há consequências que nem conhecemos ainda, mas vou focar em 2.

Falsos Positivos

Os falsos positivos são aquelas respostas que são tão bem embasadas e com tanta riqueza de detalhes que até parecem verdadeiras, nelas você encontra informações que embasam-na de A à Z , com riqueza de detalhes e fontes, e aí você deve estar se perguntando, como isso pode ser um falso positivo?

Bem, as IA são alimentadas por dados que, ou alguém escreveu ou algum outro robô que, podemos chamá-lo de Big Data Discovery, pescou na internet e com alguns comandos de quem o configurou entendeu que aquilo tudo é verdadeiro. E ai que mora o perigo.

Na década de 2010, o sistema de justiça dos Estados Unidos da América, implantou o reconhecimento fácil e o julgamento de crimes ocorridos em Nova Iorque. Nos casos avaliados e julgados pela IA, a grande maioria dos acusados, julgados e culpados eram pessoas negras. Isso levou a uma desconfiança por parte de alguns dos participantes do projeto, que estatisticamente acompanhavam que os crimes eram cometidos por pessoas de múltiplas culturas, cores de pele e faixa etária há pelo menos uma década.

Começou-se então uma investigação que encontrou a causa dos julgamento direcionados feitos pela IA. Eles ocorriam, por que a base de dados a qual ela usava como fonte, possuía um número de criminosos negros avassaladoramente superior a de outras raças, cores de pele ou cultura.

O programa foi pausado.

Agora a pergunta que fica é quem carregou os dados tinha consciência do que estava fazendo? Sabia o que produziria carregando aqueles dados?

Eu sinceramente acho que não, uma vez que era uma novidade.

Mas aqui então fica um bom aprendizado e alerta, não confie 100% na IA Generativa, ela pode estar alucinando, (mentindo em linguagem computacional de aprendizagem de máquina).

Utilização de Dados pessoais para alimentar e obter respostas da IA.

Como vimos acima a IA precisa ser alimentada para produzir respostas que consigamos compreender.

Por exemplo: “ChatGPT verifique se o CPF 319.961.150-81 é válido”. Neste caso usei um CPF gerado randomicamente através do site: https://www.4devs.com.br/gerador_de_cpf.

Aqui a IA Generativa irá usar algorítimos que ela conhece da internet que estão públicos para fazer os cálculos para validar os números e ver se correspondem aos dois

Últimos números que são dígitos verificadores.

A questão aqui é, se você mandou isso para o ChatGP se tornou público imediatamente e outros usuário da mesma ferramenta encontrarão esta informação.

Pense agora no caso de estar colocando dados completos, como Nome, Sexo, Idade, Endereço, Documentos, etc para que ela estruture uma simples planilha de Excel para você fazer o controle de um cadastro. Você acabou de dar de bandeja para a Internet um cadastro montadinho, e quem é a Internet? Todo mundo. E aqui você acabou de incorrer em um crime da LGPD. Dados sensíveis devem ser protegidos do público, a menos que o proprietário concorde em compartilhá-lo.

Pense agora em uma empresa, que tem uma estratégia para operar, e alguém pega estas informações e coloca ela no Manus por exemplo e pede para gerar uma apresentação de PowerPoint. Pronto temos uma estratégia montadinha e doada aos desenvolvedores da plataforma, para fazerem o que bem entendem com isso.

E ai você deve estar se perguntando, “Mas pra quê uma plataforma ou alguém que a usa quereria meus dados ou de minha base?”

Simples, dados que podem gerar informação valem ouro, ou como você acha que as plataformas fornecem um uso limitado, porém gratuito das plataformas.

A solução possível.

Mas não saia correndo e desconectando todas as suas contas.

A solução é relativamente simples. Pague e utilize Private Generative AI ou, em tradução livre, IA Generativa Privada.

Como isso funciona?

Se você ou sua empresa utilizam Google Workspace ou Microsoft 365, nas duas podem ser configurados o Gemini na Google e o Copilot na Microsoft 365 para que utilizem-se apenas de dados que estão na rede da empresa, para que as IAs aprendam com elas, e que jamais divulguem para o mundo externo estas informações. Elas continuam consultado a internet, mas são configuráveis para pegar os dados de fontes oficiais ou dados que tenham um percentual grande de confiabilidade e assim sucessivamente.

Ah e a máquina de Turing lá do começo foi o início de tudo isso, agora pare e pense, já pensou se Alan Turing tivesse recebido falsos positivos de fontes não confiável em seu modelo computacional? A história contemporânea poderia ser bem diferente do que vivemos.

Inteligência Artificial, aprecie com moderação e consciência.

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